Certamente você já ouviu falar sobre Nova Ordem Mundial ou Illuminati. Acontece que este grupo é muito mais antigo do que parece. A primeira denominação do tipo vem da Alemanha, na parte final do século XVIII. Os iluminados da Baviera tinham uma ideia clara. O que eles pensavam? Quais seus objetivos? Descubra essa e outras respostas a seguir.
Quem eram os iluminados da Baviera?
Iluminados da Baviera, ou Illuminati da Baviera, era um grupo secreto que atuou na Alemanha no fim do século XVIII. O grupo foi criado por Adam Weishaupt e tinha como objetivo dominar países e controlar as populações, para isso poderiam utilizar diversos métodos. Porém, quando o grupo estava crescendo uma lei proibiu que atividades do tipo pudessem continuar na Alemanha.
Quem foi Adam Weishaupt?
Adam Weishaupt foi um professor de Direito Canônico da Universidade de Ingolstadt, na Alemanha. Ele nasceu em 1748 e foi um dos responsáveis por criar o grupo Illuminati da Baviera. De acordo com seus pensamentos, existia uma iluminação racional fora e acima da fé, que qualquer pessoa poderia atingir. Weishaupt lidava ainda com a metafísica.
Durante os seus estudos, passou por uma escola jesuíta, depois aprendeu sobre direito, economia, política e história, além de gnosticismo e Maçonaria. Alguns historiadores afirmam que em 1771 ele conheceu um dinamarquês chamado Franz Kolmer, que teria lhe ensinado práticas do Antigo Egito, envolvendo magia e areia.
Adam Weishaupt se tornou professor
A partir de 1772, quatro anos após ter se formado, Adam Weishaupt passou a ser professor de Direito Civil e Canônico na Universidade de Ingolstadt. Logo o seu estilo liberal foi conflitado com os ensinamentos dos jesuítas, ainda assim acabou se tornando reitor da Faculdade de Direito da Universidade, após algumas medidas tomadas pelo Papa Clemente XIV.
Antes disso, a posição de reitor era ocupada somente por jesuítas, causando irá naquele grupo de homens. Durante suas aulas o professor alegava ser um libertador da consciência humana, descontruindo dogmas pregado pelas igrejas. Ainda nos primeiros anos Adam Weishaupt conseguiu recrutar os primeiros membros do que viria a ser os Illuminati da Baviera. Eles eram alunos, que deveriam obedecer às ordens passadas.
Quando foi criado o grupo Illuminati da Baviera?
O grupo foi criado no dia 1º de maio de 1776, na época conhecido oficialmente pelo nome “Ordem dos Perfectibilistas”, com o codinome “Irmão Spartacus”. Nessa época Adam Weishaupt alegava ser um libertador de consciências humanas, livrando o homem de dogmas da igreja. O grande objetivo era acabar com todos os regimes monárquicos e as religiões na Europa.
O grupo era formado por espiões e contraespiões. Eram divididos em células, onde cada uma delas contava com um líder. No início a ideia não empolgou, então passou a solicitar ajudas, como a do barão Adolph von Knigge, que apoiou abrindo lojas pela Alemanha e em outros países, como França, Áustria e Itália.
Quais os objetivos dos Illuminati da Baviera?
Os Illuminati da Baviera, conforme proposto pelo fundador Adam Weishaupt, tinham como ideia principal serem a oposição as superstições, às influências da Igreja Católica na vida das pessoas e ao poder do estado. Essas práticas foram proibidas por lei pelo príncipe-eleitor, o soberano da Baviera, Carlos Teodoro.
Adam Weishaupt e a maçonaria
A partir de 1777 Adam Weishaupt passou a trabalhar para que o Iluminismo e a Maçonaria atuassem juntos. Acabou se tornando um maçom, já que imaginava que assim poderia sair ganhando. Para isso, em 1777 ingressou na Loja Maçônica Theodor zum guten Rath, localizada em Munique. Nessa época já havia desenvolvido termos gnósticos, como a reeducação humana para atingir um estado mais próximo da natureza.
Quantas pessoas participaram dos Iluminados da Baviera?
O grupo conquistou importantes filósofos, artistas, políticos, banqueiros e analistas da época, entre os famosos estavam os escritores Johann Wolfgang von Goethe e Johann Gottfried Herder. De acordo com os registros que se tem, jamais o número de membros ultrapassou a cada de 2 mil. O movimento ganhou força nos anos seguintes, conquistando espaço também em outros países europeus, não somente na Alemanha.
Divisão dos membros Illuminati
Não era muito difícil para se tornar um Illuminati, bastava demonstrar ser confiável, mas era preciso receber o convite. O grupo contava com diversos níveis, divididos em três categorias. Começavam pelo Berçário, onde deveriam passar pelos níveis de noviço, minerval e illuminatus menor. Na sequência vinha a Maçonaria, com os graus illuminatus major e illuminatus dirigens. E para fechar, a categoria mais alta, os Mistérios, com os níveis presbítero, regente, magus e rex.
Técnicas Illuminati
Para atingirem o esperado domínio de nações, eles deveriam tomar algumas medidas, como escancarar as diferenças pela Europa, pregando o ódio racial e o desprezo pela fé. Buscariam semear a discórdia e atiçar as perturbações. Até mesmo doenças poderiam ser manipuladas para ajudar nessa missão. Assim esgotariam os governos, que se renderiam ao Iluminismo.
Perseguição contra os Illuminati da Baviera
Em junho de 1784 autoridades políticas e religiosas da Baviera passaram a perseguir os membros do grupo Illuminati. Nessa época Adam Weishaupt e sua família fugiram para a cidade de Gota, no estado da Saxónia. A perseguição começou principalmente após terem encontrado alguns documentos na casa do professor, indicando que por meio da Maçonaria eles pretendiam derrubar as monarquias europeias e acabar com a Igreja Católica.
Adam Weishaupt e sua família receberam exílio em Gota, onde tiveram o apoio do duque Ernesto II. Ficou por lá até a sua morte em 1830, quando já tinha 82 anos de idade. Durante o período exilado, dedicou o seu tempo a escrever sobre o tema Illuminati, lançando obras como Um pedido de desculpas para os Illuminati (1786) e Sistema melhorado de Luzes (1787).
Trabalhos de Adam Weishaupt
Ao longo de sua vida Adam Weishaupt escreveu diversas obras sobre o movimento Illuminati. Entre 1786 e 1795 foram pelo menos 12 trabalhos. Nos anos seguintes, até 1818 ele seguiu escrevendo sobre filosofia, onde produziu ao menos 17 trabalhos. Em 1786 escreveu “Apologia dos Illuminati”, ajudando a colocar no papel o que ele já vinha pregando ao longo da última década.