Algumas pessoas possuem um transtorno que pode parecer bem estranho aos olhos de quem vê e até para elas isso não é normal. As pessoas que sofrem com o transtorno de identidade de integridade corporal desejam amputar partes do seu corpo. Será que alguém já fez uma cirurgia dessas? O que causa este problema? Confira todas as informações a seguir.
Transtorno de identidade de integridade corporal
Embora ainda não seja classificado como doença, diversas pessoas sofrem com o transtorno de identidade de integridade corporal. Essa condição faz com que as pessoas desejem remover partes saudáveis de seus corpos.
Elas dizem que não sentem como se eles fizessem parte e que não deveriam existir.
O que é transtorno de identidade de integridade corporal?
O transtorno de identidade de integridade corporal (TIIC) é um distúrbio psicológico onde o indivíduo saudável imagina que possui alguma deficiência. Ele ainda não é reconhecido pelo Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais.
A pessoa com este problema tem a sensação de que um ou mais de seus membros não pertencem aquele corpo.
Como surge o transtorno de identidade e integridade corporal?
Os primeiros sinais do transtorno de identidade e integridade corporal surgem logo na infância, quando a pessoa ainda está se desenvolvendo e se descobrindo. Nessa época geralmente as pessoas passam a falar sobre insatisfações e frustrações que possuem. Algumas passam a fingir que um de seus membros não existem ou passam a adorar pessoas deficientes.
Os médicos ainda não conseguiram definir uma causa especifica para este tipo de transtorno. Acontece que o cérebro destas pessoas não identifica a presença dos membros e dessa forma passa a rejeitar a presença deles. Em alguns casos essas pessoas passam a praticar esportes radicais, visando o sofrimento de um acidente que leve a amputação.
Desejo de amputação
O transtorno de identidade de integridade corporal é acompanhado da vontade de amputar membros do corpo que não apresentam doenças. A pessoa passa ainda a sentir a obsessão por ter outras deficiências. Esse transtorno faz com que alguns portadores acabem se machucando voluntariamente, realizando cortes ou mesmo perfurações em diferentes membros.
Transtorno de identidade e integridade corporal pode ser tratado?
Sim. O primeiro a se fazer é buscar apoio de um psicólogo ou de um psiquiatra. Pode ser indicada a utilização de medicamentos para controlar a ansiedade. Porém, para esse problema não existe uma cura, apenas tratamentos para manter a pessoa o mais saudável possível. Existem até mesmo médicos que apoiam a realização de cirurgias para amputações, como os portadores do transtorno gostariam que fosse.
Como lidar com pessoas portadores do problema?
Pessoas que convivem frequentemente com portadores do transtorno de identidade e integridade corporal devem aprender a entender esta situação. Assim como pessoas que buscam uma mudança de sexo, a retirada de um membro é algo que fica na mente deles o tempo inteiro praticamente.
É importante ainda ficar atento ao distúrbio, que poderá levar a pessoa a provocar lesões nela própria.
Como é a vida depois da amputação?
Logo após realizar a amputação de um membro, a pessoa deverá passar por um processo de recuperação, onde o coto deverá ser cuidado. É importante a realização de sessões de fisioterapia e acompanhamento psicológico, melhorando a condição da pessoa. Na maioria das vezes a amputação de um membro faz com que o paciente precise alterar a sua rotina.
A recuperação após uma cirurgia de amputação pode ser lenta, exigindo muita força de vontade para a realização de atividades diárias. Mesmo que a pessoa deseje retirar um membro saudável, é provável que ela necessite de apoio psicológico depois da realização da operação. É recomendado ainda a realização de exercícios físicos, como nadar, correr ou dançar.
Desejo em segredo
Muitas pessoas com o transtorno de identidade e integridade corporal mantém essa condição em segredo e não revelam nem para as pessoas mais próximas. Isso faz com que o diagnóstico deste transtorno seja ainda mais complicado. As próprias pessoas que sofrem com este problema sabem que isso é irracional e estranho, mesmo assim não conseguem se controlar.
Existem precedentes
Ao longo da década de 1990, duas pessoas passaram por cirurgias para a amputação de membros, realizadas na Escócia. Isso aconteceu através do programa de saúde pública, semelhante ao nosso SUS.
Depois disso, o médico que realizou o procedimento precisou se defender perante a um comitê de ética, onde afirmou que essa cirurgia foi feita pensando em evitar problemas futuros na pessoa.
Estudos sobre o tema
O primeiro caso que se tem registro em relação a este transtorno vem de 1977. Mas, o primeiro estudo cientifico para investigar o que ele causa nos seres humanos veio somente em 2005. A situação ainda não é classificada como uma doença, mas nos últimos anos os médicos têm mudado de opinião. Pesquisadores já conseguiram verificar que pessoas com este problema possuem disfunção no cérebro.
Os resultados destes estudos não podem ser considerados decisivos, por outro lado, são importantes e não podem ser descartados. Alguns pesquisadores chegaram a classificar a anomalia como uma doença neural, que deve ser tratada por meio de técnicas de estimulação dos receptores. O interessante seria a continuidade destas pesquisas.
A mulher que desejava ser paraplégica
Embora a norte-americana Chloe Jennings-White não tivesse nenhum problema em suas pernas, ela desejava ser paraplégica. Essa vontade fazia com que andasse em uma cadeira de rodas e durante anos buscou dinheiro para a contratação de um médico que realizasse o seu desejo. Desde que era jovem ela tentou por várias vezes se lesionar, mas nunca conseguiu chegar ao seu objetivo.
Hoje ela tem mais de 60 anos e em 2010 encontrou um médico disposto a cortar os seus nervos ciático e femoral, por 16 mil euros. A mulher acreditava que aquelas pernas não pertenciam a ela. “Ter qualquer sensação nelas simplesmente parece errado”, disse em uma entrevista.
O que acontece depois da amputação?
Apenas dois casos legais foram registrados até hoje, então é difícil de afirmar. Pesquisadores indicam que assim que o membro for removido a pessoa para de apresentar problemas psicológicos.