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Por que africanos tem a pele escura
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Por que africanos tem a pele escura?

A África foi o lugar onde boa parte da humanidade evoluiu. Ao longo de milhares de anos se expandiram por outros continentes. Inclusive os povos asiáticos saíram de lá. Será que todo africano é negro? Como eram os antigos egípcios? Por que eles têm a pele escura? Confira essas e outras respostas a seguir.

Por que africanos tem a pele escura?

Diferente do que diz o senso comum, a África não é um país só. Existem diversas tribos e comunidades diferentes dividindo o território. Quando a humanidade começou a evoluir, diferente grupos se desenvolveram, com características físicas específicas, entre eles os negros, que depois dominaram o território.

Todo africano é negro?

Não. Assim como em todos os outros continentes, houve miscigenação ao longo da história africana, portanto, nem todo africano é negro. A Namíbia é um ótimo exemplo, por lá vivem descendentes brancos de holandeses, portugueses e franceses. Existem ainda indianos, chineses e malaios vivendo por toda a África.

Outra confusão é pensar que existe uma única “raça” no continente. Nem todos os negros são do mesmo grupo étnico. Existem diversas características que divergem entre pessoas de pele escura, como o cabelo, o formato das orelhas e dos lábios. Alguns deles tem a pele mais avermelhada, outras marrom, ou até mesmo amarela.

África, berço do mundo

Entre os seis primeiros grupos étnicos da humanidade, somente os aborígenes australianos que não viviam no continente africano, os outros cinco: asiáticos, negros, khoisan, brancos e pigmeus evoluíram por lá. A África nem sempre teve sua quase totalidade de negros, na verdade esse povoado conquistou o continente há milhares de anos.

Khoisan

Até hoje os khoisan vivem na forma nômade, ou seja, aqueles que não possuem uma residência fixa. Normalmente são encontrados nas áreas mais áridas ao sul do continente, na Namíbia, Botswana e África do Sul. O tom da pele é amarelado e o cabelo crespo, diferente dos outros negros. Os khoi-khoi desapareceram por há cerca de 2.000 anos.

Fisicamente os khoisan são mais baixos e esguios do que o restante da população que mora lá. Nos olhos contam com a dobra epicântica, semelhante a encontrada nos chineses, japoneses e coreanos. As mulheres contam ainda com esteatopigia, que é o grande desenvolvimento do bumbum, inclusive uma delas foi levada para a Europa e ficou famosa durante o século XIX.

Pigmeus

Ao longo da história os pigmeus se tornaram caçadores-coletores nômades, vivendo principalmente em florestas tropicais na África Central. O cabelo deles é crespo e a pele escura, mas com tom avermelhado. A maioria dos pigmeus possuem olhos esbugalhados e baixa estatura física. Apresentam ainda grande quantidade de pelos nos rostos.

Segundo uma teoria, a altura tem relação com os baixos níveis de luz ultravioleta que recebiam nas florestas. Dessa forma adquiriam pouca vitamina D, absorvendo menos cálcio e complicando o crescimento dos ossos. São encontrados em grupos étnicos de Ruanda, Uganda, República Democrática do Congo, Gabão, Angola e outros países. A baixa estatura é uma condição formada por diversos genes.

Asiáticos

Os asiáticos também se desenvolveram inicialmente no continente africano, depois se espalharam por ilhas da região, como Madagascar e mais para o leste, onde hoje tem um continente só deles. A língua Melgaxe, falada em Madagascar é parecida com a Maaniana, da Ilha de Bornéu, na Indonésia, embora fiquem 7 mil quilômetros distantes. Essa condição gerou espanto nos europeus que desembarcaram na ilha por volta de 1.500.

O avanço dos negros na África

Por volta de 3.000 a.C., o grupo Bantos passou a avançar pela África conforme a sua população crescia. Eles eram agricultores, criavam animais e diferente dos outros, não eram nômades. Dessa forma foram favorecidos, já que chegavam em novos locais e fixavam residência. Com isso acabaram avançando até territórios que antes eram dominados por pigmeus e khoisans.

Enquanto os asiáticos partiram da África, os pigmeus e khoisan continuaram no território, mas com seus estilos nômades não conseguiram se desenvolver da mesma maneira. Existiam brancos na África, mas estes estavam na parte ao norte do Saara, que servia como uma barreira para evitar o avanço dos Bantos e dos próprios brancos.

Diferentes tons de pele

Um grupo de pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, analisaram o material genético de 1.570 indivíduos nativos da África Subsaariana. Assim encontraram comprovações indicando que a coloração da pele não é preta e nem branca, mas sim conta com matizes que vão desde tons mais claros até mais escuros.

Dessa forma comprovaram que nem todo africano tem a pele escura como muita gente pensa. Aliás, até mesmo entre os negros os tons são diferentes. Esses genes ainda não haviam sido identificados. Concluíram que os ancestrais humanos então poderiam ter a pele branca ou clara. O estudo foi feito em Botsuana, Etiópia e Tanzânia.

O surgimento da pele escura

Ainda existem muitas teorias sobre o assunto e o martelo não foi batido. Porém, os pesquisadores concluíram que a pele clara facilitava a absorção de vitamina D, que necessitava de luz do sol para ser sintetizada. Enquanto isso, possivelmente os povos que viviam próximos da Linha do Equador ou em florestas acabaram tendo a pele escurecida para evitar câncer de pele e outros problemas, já que nestas regiões a luz solar é mais forte.

Os antigos egípcios eram negros?

Não. O Egito é um país que fica no Norte da África, inclusive tendo algumas partes do território na Ásia. Os antigos egípcios, aqueles que construíram as pirâmides, não eram negros. Acontece que no século 8 a.C. os núbios invadiram e conquistaram o Egito, ficando com o domínio por quase cem anos. Os reis núbios passaram a ser conhecidos como “faraós negros”.

A Núbia era um território localizado em partes dos locais onde hoje ficam Egito e Sudão. Eles montaram um império na região, o Reino de Kush, promovendo intercâmbio cultural com os egípcios. Até pirâmides chegaram a erguer, não tão grandes quanto a dos vizinhos. Essa miscigenação acabou gerando uma confusão que foi citada até na música “Remember the Time”, de Michael Jackson.