Ainda no século XXI a franco-maçonaria envolve muitos mistérios. Sabe-se que os maçons se reúnem praticamente escondidos e para fazer parte deste tipo de sociedade é preciso ter dinheiro. As atividades desenvolvidas são variadas, mas como começou isso tudo?
A história conta que oficialmente foi a partir do século XVIII, mas na verdade vem de muito antes.
O que é franco-maçonaria?
A franco-maçonaria, chamada muitas vezes apenas de maçonaria, é uma sociedade secreta desenvolvida em países europeus que depois se espalhou por outros continentes. As iniciativas são filantrópicas e progressistas. Atualmente é conhecida por sociedade discreta, aquela que todos sabem que existe e conhecem suas práticas, mas não é aberta ao público. Seus princípios são liberdade, democracia, igualdade e fraternidade, semelhantes a Revolução Francesa.
O início da Maçonaria na Inglaterra
Era 24 de junho de 1717, quatro lojas de Londres se reuniram na taverna “O Ganso e a Grelha” e formaram a primeira Grande Loja do planeta. Até 1721 servia apenas para organizar a festa anual das lojas, mas depois disso passou a funcionar como reguladora, atraindo reuniões de lojas fora de Londres. Os maçons eram conhecidos por pedreiros, já que construíram grandes castelos medievais.
Em 1723 foi editado o Livro das Constituições, que determinava as ações a serem seguidas pelos obreiros da Grande Loja. A franco-maçonaria se desenvolveu ao longo do século XVII, um período em que não haviam muitas ajudas entre as pessoas ricas, existia apenas os “Clubes da Caixa”, onde seus membros depositavam dinheiro em uma caixa comum e quem estivesse com dificuldades poderia pegar.
O crescimento da franco-maçonaria na Inglaterra
Naquela época o país passava por uma crise e em 1714 uma medida havia proibido a reunião de mais de 12 homens, onde os participantes seriam punidos com pena de morte. A ideia era fazer com que política e religião não fossem motivo de discussão entre os ingleses, fato que contribuiu para o avanço das lojas, já que os participantes se reuniam de maneira secreta.
A franco-maçonaria era a oportunidade que os burgueses tinham de se encontrarem com outros nobres e fazerem negócios ou lobby. Não demorou para que outros países vissem com bons olhos essa invenção. Um dos primeiros a adotar foi a França, onde foi repassada por ingleses exilados, dizem até que contribuíram para a revolução que houve no país.
Quando começou a Maçonaria na Inglaterra?
Segundo a obra de William Preston, atividades maçônicas eram registradas na Inglaterra desde o ano 557, depois pesquisas indicaram que seria em 597. Nessa época a Grã-Bretanha recém havia se livrado dos romanos, então a Maçonaria começou a tomar forma, de modo tímido, até que Austin, o Santo Agostinho, junto com 40 monges que tinham conhecimento sobre ciências entraram na Inglaterra.
Ele e sua equipe conseguiram converter os reis da região ao catolicismo. Nessa época o país passou a receber muitas pessoas vindas de outras regiões. Por volta de 680, alguns que chegaram a França montaram uma Loja, com direção de Bennet, que tinha o cargo de Abade de Wirral, uma posição superior entre os monges.
Período complicado nos séculos seguintes
A Maçonaria voltou a ficar em baixa, até 856. Durante o reinado de Alfred, a partir de 872, ele passou a estudar a compreensão de seus súditos. Seus modos influenciaram em mudanças nos costumes da população local, dando espaço a Maçonaria. Naquele período a guerra havia sido com os dinamarqueses, deixando a Inglaterra em frangalhos, assim Alfred convidou estrangeiros para habitarem seu país.
No ano 900 o trono foi assumido por Edward, que manteve os maçons sobre a sanção de Ethred, seu cunhado. Ele morreu em 924, então o novo rei nomeou o seu irmão Edwin a patrono dos maçons, se tornando Grã-Mestre. Nesse tempo várias escrituras foram feitas, em grego, latim e outros idiomas. E com a morte dele, nova queda neste tipo de atividade.
A maçonaria voltou a crescer entre os séculos XIII e XV
Quando Edward I se tornou rei, em 1272, Walter Giffard, arcebispo de York, foi escolhido para cuidar dos maçons, junto com Gibert de Clare e Ralph. A fraternidade era o grande centro, com a construção de diversas faculdades como as de Oriel, Oxford, Clare-hall e Cambridge. A Maçonaria seguiu evoluindo e com Edward III os investimentos foram na ciência e na aprendizagem.
Já no século XV uma guerra civil entre as casas reais de York e Lancaster precisou ser abafada. A Maçonaria passou a entrar em declínio durante os reinados de Eduardo V e Richard III, voltando com força com Henry VII, em 1485. Ao longo dos anos diversas construções continuaram sendo feitas, sempre seguidas de reuniões na Grande Loja, em York.
A franco-maçonaria entre 1567 e 1702
O Maçonaria começou a ganhar destaque no sul da Inglaterra a partir do reinado de Elizabeth. Ela confiava nos arquitetos que tinha a disposição e adorava obras de artes, então as práticas maçons tiveram grande avanço ao longo deste período histórico. Quando Elizabeth morreu, as coroas de Inglaterra e Escócia eram uma só, então o seu sucessor foi James VI da Escócia.
Além destes, a Irlanda fazia parte do reino, dessa forma a franco-maçonaria se espalhou pelos três territórios. Em 1666 Londres foi atingida por um enorme incêndio, que devastou pelo menos metade da cidade. As casas eram todas de madeira, ficou definido então que a partir disso todas as novas construções deveriam ser de pedras e tijolos. As obras na cidade duraram até o fim do século.
Últimos passos antes da oficialização da franco-maçonaria
Com a ascensão de George I os maçons de Londres decidiram eleger um Grão-Mestre novo, para retomar as festividades e assembleias na cidade. Foi a partir da união de quatro lojas, na taberna Apple-Tree, em Charles-Street, que elegeram o mais antigo mestre-pedreiro para assumir a função.
Entre os regulamentos propostos, um dizia que fazer parte dos maçons passaria a ser limitado, diferente de como era feito antes. Diversos itens eram descritos, para garantir a soberania da organização. A partir de então novas lojas foram abertas, funcionando como células.