Para os gregos antigos, Afrodite era a deusa da beleza. Ela seria a responsável por diversas questões importantes no mundo terreno, como o amor, a reprodução e a alegria. Afrodite era representada de diferentes formas, possuindo três faces.
Qual a diferença entre elas? De onde veio essa lenda? Confira as respostas a seguir.
As três faces de Afrodite
A deusa grega Afrodite foi tão popular que continua sendo lembrada milhares de anos depois. Inicialmente era considerada apenas uma, mas com o passar dos anos e dúvidas em relação ao seu nascimento, passaram a tratar a questão de outra maneira. Afrodite conta com outras divindades semelhantes em culturas mundo afora.
Quem é Afrodite?
Afrodite é uma deusa da mitologia grega, que seria responsável pelo amor, beleza e sexualidade. Era ela quem zelava pela procriação, prazeres e alegria dos seres humanos. Conforme contado na Grécia Antiga, Cronos cortou os testículos de Urano e jogou-os no mar, surgindo assim Afrodite, outros defendem que, na verdade, ela seria filha do deus supremo, Zeus, com Dione.
A mitologia diz que Afrodite jamais foi criança, nascendo já na idade adulta, aparecendo normalmente nua. Ela seria vaidosa, sedutora e charmosa. Quando teve filhos, apresentava um grande amor por eles, chegando a entrar em batalhas visando a proteção dos herdeiros. Em outras versões foi retratada como temperamental.
Afrodite passou a ser chamada de diversas formas, já que o modo como a cultivavam variava de acordo com a cidade grega. Para aquela população antiga, essa deusa, ao lado de Apolo, eram as representações da beleza ideal, sendo reproduzidas em diversas versões durante a Idade Contemporânea. Hoje em dia muitos seguidores do neopaganismo continuam sendo influenciados por ela.
Onde Afrodite era cultuada?
Pesquisadores acreditam que o culto a Afrodite realizado na Grécia Antiga tenha vindo da Ásia, devido a influências diretas de Astarte, na Fenícia. Em outras civilizações existem representações parecidas, com as mesmas características, mas outros nomes. Podemos destacar Ishtar, da Baixa Mesopotâmia e a deusa Vênus, seguida pelos romanos que vieram algum tempo depois.
Quais as faces de Afrodite?
No fim do século V a.C., provavelmente devido as inconstâncias em relação ao seu surgimento, os filósofos gregos passaram considerar Afrodite duas deusas distintas: Urânia e Pandemos. A primeira seria filha de Urano, enquanto a segunda filha de Zeus.
A primeira era retratada como a representação do corpo e da alma, já a outra era tida como o amor físico. Existe ainda uma terceira face, conhecida por Afrodite Apostrófia.
Primeira face de Afrodite
A primeira face é Afrodite Urânia, capaz de distribuir o amor universal, sendo doce e bela, servindo para dar beleza ao mundo. É considerada a deusa do céu, das estrelas e do amor celestial. É conhecida por ser uma provedora amorosa, semelhante a Inanna, da cultura mesopotâmica, onde era adorada pela fertilidade.
O termo Afrodite Urânia era bem comum na literatura, para distinguir de suas outras faces. Servia para diferenciar, representando o amor celestial das questões físicas. O filósofo Platão dizia que era filha do deus Urano, enquanto para os árabes, contava com semelhanças em relação a deusa “Alitta”.
Segunda face de Afrodite
A segunda face da deusa é conhecida por Afrodite Pandemos, ligada a questões carnais, sexuais, físicas e materiais. Segundo os povos que seguem esta tradição, é ela quem oferece prazeres ao corpo humano, trazendo ainda desejo de querer cada vez mais beleza. Afrodite Pandemos é a deusa do conteúdo sensual.
A versão celestial dessa deusa era representada por uma tartaruga, devido a sua castidade, na terra era representada por um bode. Segundo a mitologia, ela seria a mãe de Eros, junto com o deus Hermes. Afrodite Pandemos teria sido flagrada na cama, traindo o seu marido Hefesto, depois recuperou sua virgindade no Mar de Pafos.
Terceira face de Afrodite
Afrodite Apostrófia é a sua terceira face. É o lado destruidor da deusa, sendo a sua parte mais complicada e menos conhecida. Funciona como se quisesse deixar a mostra somente o lado mais interessante. Significa “aquela que se afasta”, provavelmente na busca pela beleza, como pessoas que realizam procedimentos estéticos com este objetivo.
Afrodite Apostrófia seria capaz de auxiliar o homem em relação a paixão pecaminosa, fazendo com que este não se desviasse do amor puro, respeitando e não caindo em desonra. Por outro lado, é uma deusa que deturpa e escraviza em busca da magreza, deixando muitas pessoas anoréxicas ou bulímicas.
Afrodite Urânia e Afrodite Pandemos
A versão mais conhecida em relação ao nascimento de Afrodite foi contada por Hesíodo, indicando que o titã Cronos cortou os órgãos genitais de Urano e jogou no mar, assim, da espuma formou-se Afrodite. Mas, antes disse, o poeta Homero dizia que ela era filha de Zeus e Dione. Foi apenas na época de Platão, cerca de 300 anos depois, que conseguiram solucionar a questão.
Foi neste momento que passaram a dizer que Afrodite possuía dois aspectos diferentes. Onde Afrodite Urânia era conhecida como amor celestial e Afrodite Pandêmia ou Pandemos representava o amor físico. Ganhou popularidade na suposta Guerra de Troia, entre 1.300 a.C. e 1.200 a.C., protegendo aquela cidade e os amantes Helena e Páris.
Os amores de Afrodite
A lenda em torno de Afrodite e de seus filhos representam as faces do amor humano. Alguns buscam apenas sexo, outros realmente desejam se envolver com a outra pessoa. O mito conta que a deusa tinha muitos amores, traindo diversas vezes o seu marido. Como era tão bela, todos os deuses do Olimpo queriam conquistá-la.
Zeus fez com que ela se casasse com Hefesto, pensando que acabaria com essa disputa. Ele era feio e não fazia muito sucesso com as mulheres. Quando se casaram, presenteou a esposa com um cinturão mágico, que o próprio havia desenvolvido com as suas habilidades forjadoras. A ideia era que ela se defendesse de outros deuses, mas utilizou para outra coisa.
A lenda conta que Afrodite se envolveu com Apolo, Dionísio, Hermes e Ares. O último foi o seu preferido, com quem teve vários filhos, incluindo o deus da paixão Eros.