Harry Houdini foi um dos maiores ilusionistas que o mundo já viu, conquistando o público em diferentes partes do mundo. Ele organizava truques complexos, como fazer um elefante desaparecer no meio do palco. De origem judaica, trabalhou ainda como espião para dois países. Quer saber mais sobre uma das grandes estrelas do século XX? Confira abaixo.
Quem foi Houdini?
Harry Houdini na verdade se chamava Ehrich Weisz, nascido no dia 24 de março de 1874 em Budapeste na Hungria e falecido no dia 31 de outubro de 1926, em Detroit, nos Estados Unidos, quando tinha 52 anos de idade. Foi um dos maiores ilusionistas e escapologistas da história, conquistando plateias em diversos países do mundo.
Harry Houdini teve outras ocupações durante a vida, como dublê, ator, historiador, produtor cinematográfico e desembargador. Foi ainda informante do serviço secreto norte-americano e britânico, além de desmascarar diversos charlatões. Sua carreira foi tão marcante que mesmo mais de 90 anos após a sua morte ele continua sendo lembrado frequentemente.
A infância de Houdini
Quando ele tinha quatro anos, a sua família deixou a Hungria e partiu para os Estados Unidos em busca de uma vida melhor. A infância foi muito pobre, então precisou trabalhar desde cedo. Houdini era filho de judeus e logo seu pai se tornou Rabino da Congregação Sionista. Tinha sete irmãos, e se considerava diferente deles, preferindo as artes do que a religião.
Existe ainda outra controvérsia em relação ao seu nome verdadeiro, que era Erik Weisz. Só que no começo do século XX já era possível sentir a tensão no território europeu e que algo poderia acontecer contra os povos desse segmento religioso, então os nomes foram alterados. Ao longo da carreira, nunca escondeu suas origens.
O início da carreira de Houdini
Antes de fazer fama como ilusionista, Houdini trabalhou como perfurador de poços, fotógrafo, contorcionista e trapezista, mas a profissão que mais lhe ajudou nessa época foi a de ferreiro, onde aprendeu diversos truques que depois viriam lhe ajudar. Diz a lenda que uma vez seu chefe lhe encarregou de abrir um par de algemas que um policial havia perdido as chaves, então sugeriu utilizar uma pinça e deu certo, antes haviam tentado serrar.
Aos 9 anos ele já atuava como trapezista nos eventos organizados pelo pai. Entre as profissões que passou, sempre estudava truques de mágica e dentro de pouco tempo percebeu que era bom nisso e que poderia ganhar dinheiro. No início seu pai foi contra a decisão do filho, mas depois aceitou. A escolha do nome foi em homenagem ao seu mestre Jean Eugene Robert-Houdin.
Houdini chegou a trabalhar como espião
Talvez um dos principais segredos de sua vida não tem relação com a magia. De acordo com informações do livro “A Vida Secreta de Houdini”, publicado em 2006, quando completou 80 anos da morte do mágico, ele chegou a ser um informante secreto durante anos, mantendo contatos clandestinos com serviços secretos de Estados Unidos e Reino Unido.
Houdini informava tudo o que via nas viagens que fazia pelo mundo, assim recebia mais apoio para a que a careira deslanchasse em nível internacional. A obra foi desenvolvida pelo especialista em magia William Kalush e pelo escritor Larry Ratso. Eles chegaram a esta conclusão após analisarem mais de 700 mil anotações sobre Houdini, entre elas algumas de William Melville, do serviço secreto britânico.
Houdini teria procurado Melville e oferecido os seus serviços, em troca ganhou shows por toda a Europa. Ele teria acompanhado de perto atividades da Polícia Alemã e de anarquistas russos. Houdini deixou a atividade em 1920, quando sua mãe morreu, a partir de então ele passou a desmascarar falsos mágicos e médiuns.
O auge de Houdini
O ilusionista começou a ganhar fama pelo país em 1899, após conhecer o empresário Martin Beck, que gostou muito de sua apresentação. Em 1899 ele ganhou uma turnê exclusiva pela Europa, exibindo os seus impressionante truques e escapadas, como sair de um tanque cheio de água após ter sido acorrentado. A partir de 1907 as apresentações ganharam destaque em solo americano.
O ápice de sua carreira foi em 1912, quando realizou o truque conhecido por “Chinese Water Torture Cell”, onde era suspenso pelas pernas dentro de um aquário cheio de água, preso e amarrado, de onde deveria se soltar. Ele tinha 3 minutos para cumprir a missão ou sua mulher quebraria o vidro. Até hoje ninguém conseguiu desvendar completamente seus truques.
Como Houdini morreu?
Houdini morreu devido a um apêndice rompido, causado por traumas abdominais múltiplos, provocados por um estudante em Montreal. Acontece que o ilusionista tinha uma técnica para aguentar socos no estômago, mas recebeu as pancadas de surpresa e sem estar aquecido. Durante a sua última apresentação chegou a marcar febre de 40º C.
Assim como a vida de Houdini, a sua morte também foi recheada de polêmicas. A versão oficial diz que ele morreu em 1926, de peritonite. Porém, anos depois surgiu o boato de que ele teria morrido tentando realizar um de seus truques mais difíceis. Mas até hoje não existem provas sobre essa questão.
Existe ainda uma terceira hipótese sobre a morte de Houdini. Essa diz que ele teria sido assassinado por quem ganhava dinheiro utilizando supostos poderes de contato com pessoas que já morreram e por clarividência, fenômenos que Houdini trabalhava para indicar fraudes. Então o ilusionista teria sido morto por envenenamento.
Minissérie sobre Houdini
Em 2014 foi ao ar pelos canais History e A&E a minissérie Houdini, contando a história de vida do mágico mais conhecido da história. Ela conta com dois episódios e mostra o personagem principal surgindo como primeiro grande astro norte-americano de fama mundial, entre o fim do século XIX e começo do século XX.
O papel principal é interpretado por Adrien Brody, que vive uma jornada emocionante pela trajetória de Houdini. É mostrada a suas visões de mundo e sua habilidade em conduzir as ilusões. Quem assiste a minissérie pode conferir ainda o tempo em que o mágico foi um espião durante um importante período da história.
