Eles ganharam fama devido as técnicas bem elaboradas e habilidades em lidar com o grafite. Os gêmeos grafiteiros possuem trabalhos espalhados por diversas cidades do mundo e sempre prezam pela qualidade. Eles também trabalham com materiais reciclados. Quer saber mais sobre Otávio e Gustavo? Confira a seguir.
Quem são os gêmeos grafiteiros?
Os gêmeos grafiteiros na verdade se chamam Otávio Pandolfo e Gustavo Pandolfo. Eles nasceram em 1974, em São Paulo e começaram a pintar em 1987 no bairro de Cambuci, onde moravam. Os dois são formados em desenho de comunicação pela Escola Técnica Estadual Carlos de Campo e hoje em dia estão entre os mais importantes da área na capital paulista e também no estado inteiro.
O trabalho desenvolvido por eles fez tanto sucesso que superou os limites de São Paulo, indo para cidades dos Estados Unidos, Alemanha, Grécia, Cuba, Chile e alguns outros países. Eles são bem ecléticos quanto ao tema dos seus grafites, indo desde ações da família até críticas sociais e política. O estilo no começo era mais ligado as pichações.
Os gêmeos e a arte contemporânea
Eles são tidos como grandes nomes da arte grafiteira. Chama atenção nos enormes detalhes que costumam apresentar em suas obras. Quando desenvolvem esculturas, na maioria das vezes elas são bastante altas, com a base de material reciclado, que podem incluir latas, papelão, pedaços de madeira e retalhos.
Tudo o que eles projetam é bem pensado, para que nada fique fora do lugar e tudo possa fazer sentido para os olhos do público. Os gêmeos grafiteiros costumam trabalhar de forma cautelosa as partes que envolvem os olhos, o rosto, a colocação dos braços e as estampas pintadas na roupa dos personagens criados. É quase uma infinidade de detalhes.
Os gêmeos além dos grafites
Hoje em dia eles são populares devido a qualidade do produto que apresentam, mas antes tentaram outras coisas. A dupla curtia o movimento hip hop, que teve seu auge no Brasil durante o fim da década de 1980. Os irmãos pintavam e faziam apresentações de break pela cidade de São Paulo. Aliás, o grafite e as danças de rua são grandes símbolos do hip hop, nascido nos Estados Unidos.
Com o passar dos anos eles foram se distanciando do hip hop e hoje em dia garantem que o trabalho desenvolvido não tem nenhuma ligação com esse tipo de movimento. Eles seguem participando de eventos do tipo, mas sem militar. Basicamente eles dividiram a questão pessoal e o lado profissional. Ainda assim, não negam convite para alguma atividade que envolva esse estilo.
Como Os gêmeos fazem os desenhos?
Como já citado, eles prezam pela qualidade em suas produções, conferindo todos os detalhes. Isso depende também da forma como os desenhos são feitos. Segundo Gustavo, é importante ter cuidado quando se está com o spray na mão, para que os traços fiquem certos. É importante prestar atenção na roupa dos personagens, porque elas podem conter muitas informações.
Quais as influências dos gêmeos grafiteiros?
As técnicas que eles aplicam em seus desenhos e pinturas são baseadas na arte brasileira e também na cultura popular de nossos país. Eles também buscam fazer trabalhos sobre os seus sonhos e visões de mundo. Não possuem referências tradicionais que possam ser citadas, já que desenvolveram um estilo bem diferenciado ao longo da carreira.
Como posso conferir trabalho dos gêmeos grafiteiros?
Se você não pode ir para uma das cidades que possui obras dos artistas ou locais onde estão acontecendo exposições, calma, existem outras opções. Uma delas é pelo livro Graffit Brasil. Outra alternativa é pelo site Flickr, onde fotógrafos amadores que são fãs dos trabalhos da dupla postam fotos, é possível conferir imagens de diferentes lugares do mundo.
Trabalhos com materiais recicláveis
Pessoas que curtem hip hop e grafite geralmente são ligadas a preservação da natureza, e com Os gêmeos grafiteiros não é diferente. Sempre que possível eles utilizam materiais frutos de reciclagem em suas obras de arte. Assim dão uma nova utilidade a diferentes tipos de matérias e mostram para o público que preservar é importante.
A linguagem das obras criadas
Com um estilo próprio de lidar com a arte, Os gêmeos grafiteiros hoje são referência no país. Eles acreditam que a vida oferece diversas novas experiências e que assim podem aplicar essas condições nos seus futuros trabalhos. Procuram utilizar uma linguagem diversificada, combinada com o improviso e seu mundo infantil, criando dezenas de projetos únicos.
A polêmica dos gêmeos grafiteiros em Boston
Durante uma de suas primeiras exposições nos Estados Unidos, no Institute of Contemporary Art em Boston, o trabalho de Otávio e Gustavo se envolveu em uma polêmica. Nessa época o trabalho foi mostrado dentro da galeria e também em dois murais pela cidade, porém nem todo mundo que passou por lá ficou satisfeito com o trabalho dos paulistas.
O desenho mostrava as pernas de um homem na cor amarela, com uma toca estilo balaclava na cabeça, sendo associada por muitos ao terrorismo. A polêmica chegou a ganhar destaque na Fox News. De acordo com um dos organizadores da exposição, Pedro Alonzo, o personagem representado era um menino de pijamas com uma camiseta em sua cabeça.
Exposições pelo mundo
Os gêmeos grafiteiros já apresentaram o trabalho em diversas cidades do planeta, e em diferentes continentes. Seja em mostras individuais ou coletivas, em museus ou galerias, é sucesso de público garantido. Já foram para Itália, Espanha, Lituânia e Japão. No Brasil já grafitaram um painel na entrada do Museu de Arte Moderna (MAM). Em 2008 pintaram a fachada da Tate Modern, em Londres, para a exposição Street Art.
Diferença de grafite e pichação
Quando ainda eram bem jovens e não haviam estudado sobre o tema, Os gêmeos grafiteiros chegaram a fazer algumas pichações, mas qual a diferença entre os dois termos? O grafite é considerado um estilo de arte baseado em desenhos, onde tudo é pensado e elaborado com cuidado antes de colocar a tinta, enquanto isso, a pichação consiste em escrever ou rabiscar, geralmente patrimônios públicos ou privados, sendo considerada vandalismo.