Zé do Caixão é um personagem popular no cinema nacional que ganhou destaque após ter seus filmes exibidos pela Bandeirantes. Interpretado por José Mojica Marins, apareceu pela primeira vez em 1963, assustando muita gente com as suas unhas enormes e o desejo de ver sangue.
Zé do Caixão foi enviado pelo Diabo? A seguir saiba tudo sobre ele.
Zé do Caixão
Você tem medo de filmes de terror? No Brasil praticamente eles começaram com Zé do Caixão. Do gênero trash estes filmes destacam-se pela bizarrice. O ator que interpreta o personagem vive no meio cinematográfico desde criança, aprendendo por conta própria desde que ganhou uma câmera.
Hoje ele é um personagem clássico da história brasileira, que certamente já colocou medo em muita gente.
Quem interpreta Zé do Caixão?
José Mojica Marins é um cineasta, ator, roteirista de cinema e televisão, conhecido popularmente como Zé do Caixão. Quando trabalhava com cinema, assim que esta arte havia chegado no Brasil, Zé desenvolveu seu estilo próprio de fazer filmagens, demorou para fazer sucesso, até que suas produções ganharam espaço internacionalmente pelo estilo cult.
Continuou ganhando popularidade nas décadas seguintes, com aparições no cinema ou na televisão. Pode ser chamado ainda por Coffin Joe ou J. Avelar. Parte desta fama veio devido a tamanho das unhas que ostenta e devido ao estilo da personalidade que desenvolveu, parecendo que está sempre interpretando um personagem.
Onde nasceu Zé do caixão?
Mojica nasceu no dia 11 de março de 1936, na cidade de São Paulo. Filho de artistas circenses, quando era criança ficava lendo gibis por horas e assistindo filmes na sala de projeção de cinema na qual o seu pai trabalhava. Aos 12 anos de idade ganhou uma Câmera V-8 e a partir disso passou a desenvolver o seu gosto pela sétima arte.
Foi a partir disso que começou a gravar filmes artesanais, na maioria exibidos em cidades do interior, onde a bilheteria servia apenas para pagar a produção. Aprendeu sozinho e passou a ensinar, montando uma escola de interpretação para os amigos e vizinhos, isso com 17 anos. O gênero que ele mais gostava era terror.
De onde veio o personagem Zé do Caixão?
Bastante conhecido devido aos filmes de terror nacionais, Zé do Caixão não demorou a ganhar espaço devido as suas peculiaridades. Mojica passou a ser mais conhecido pelo personagem do que pelo nome, algo que acontece com Renato Aragão, por exemplo. O personagem apareceu pela primeira vez em 1963, no filme À Meia-Noite Levarei Sua Alma.
Zé do Caixão se acha superior a todos os outros seres e utiliza isso para atingir as suas metas. Ele não acredita em Deus e nem no Diabo. Trabalha como agente funerário, vindo daí o seu nome, sendo odiado por todos os moradores de suas cidade. No primeiro filme busca uma mulher intelectualmente perfeita, que possa ser a mãe do seu filho, então acaba matando as que não servem para o cargo.
Mojica desenvolveu o personagem após ter um pesadelo. Chama atenção por estar rodeados de animais peçonhentos, como as aranhas, afim de colocar medo nos espectadores. Zé do Caixão costuma soltar ainda frases de efeito sobre a morte. A aparência foi desenvolvida inspirada em Drácula, acrescentada de roupas negras e elegantes.
Inspiração para Zé do Caixão
Mojica garante que estava muito cansado durante uma noite, então jantou e dormiu. “Vi um sonho um vulto me arrastando para um cemitério. Logo ele me deixou em frente a uma lápide, lá havia duas datas, a do meu nascimento e a da minha morte”, destacou. Então seus familiares ficaram desesperados, já que ele acordou aos berros.
A partir disso, pensou em criar um filme sobre isso.
E as unhas grandes?
Provavelmente as unhas grandes de Zé do Caixão foram inspiradas no personagem Nosferatu, um filme alemão de 1922. Durante participação no programa “Viva a Noite”, de Gugu Liberato, em 1982, cortou as unhas.
Filmes do Zé do Caixão
O último filme com aparição de Zé do Caixão foi em 2008, “Encarnação do Demônio”. Antes desse esteve presente em outras nove produções. A primeira delas foi em 1963, com “À Meia-Noite Levarei Sua Alma”, depois em filmes de 1965, 1966, 1967, 1976, 1980, 1981, 1983 e 1986. Nota-se que não foi produzido nenhum filme na década de 1990 com este personagem.
Filmes dublados
Como Mojica começou com o cinema muito cedo, encarou de frente um problema comum para a época, o áudio. Em praticamente todos os filmes ele precisou ser dublado, apenas no último, de 2008, que essa questão foi superada.
Fama nacional para Zé do Caixão
Os filmes de Zé do Caixão não eram muito populares no cenário nacional, tendo destaque basicamente apenas no Centro de São Paulo. Até que em 1995 a Rede Bandeiras comprou o direito das produções e passou a exibir no Cine Trash, criado pelo diretor de programação da época, Rogério Brandão. Os filmes eram exibidos no período da tarde, dando espaço para produções de baixo orçamento e assustadoras.
Os filmes de Zé do Caixão se tornaram um clássico e começaram a aumentar a audiência da Band, superando programas populares do SBT, na época apresentados por Serginho Groismann e Angélica. Durante as chamadas dos filmes as unhas gigantes do personagem eram mostradas com evidência. Outro fato que chamava atenção era o horário, destacando ser exibido às 3h15 da tarde e não da madrugada.
A popularidade de Zé do Caixão
A sua personalidade pitoresca fez com que ele passasse a ser imitado em diversos programas de humor, como em A Praça é Nossa, onde o personagem aparecia falando sobre variados assuntos que sempre incluíam as suas unhas grandes.
Depois apareceu em uma minissérie biográfica sobre Zé do Caixão, exibida pelo canal Space, em 2015, onde Mojica foi interpretado por Matheus Nachtergaele.
Problemas no coração
Em 2014 o ator chegou a ser internado no hospital por problemas cardíacos. A “hospedagem” durou três meses. Mojica sofreu com a dieta oferecida pela unidade de saúde, já que não serviam kibe de quinze queijos, sua especialidade em produzir.