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Curiosidades sobre Pau Brasil

Árvore que deu nome ao nosso país, o pau-brasil está ameaçado de extinção, aliás, no século passado pensaram que ele tinha acabado. Primeira base de comércio do novo mundo, foi explorado durante séculos pelos portugueses. O pau-brasil ainda sobrevive, de forma controlada. Quer saber mais sobre esse importante laço da cultura brasileira? Veja a seguir.

O que é pau-brasil?

O pau-brasil é considerado a árvore nacional de nosso país. Hoje em dia existem poucos exemplares perto do que já foi um dia. Semelhante a uma espécie encontrada na Ásia, acabou sendo praticamente extinta devido ao comércio ilegal. Isso aconteceu devido a qualidade elevada da madeira e outras utilizações que possuía.

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Características do pau-brasil

Conhecido cientificamente como paubrasilia echinata, é conhecido popularmente como pau-brasil, ou pau-de-pernambuco. Quando atinge a idade adulta, a árvore pode medir entre 10 metros e 15 metros de altura. Seu tronco geralmente é reto e fino, na cor cinza-escura. O que chamou atenção dos colonizadores foi a tinta encontrada no interior do tronco.

Mudança de nome

Até 2016 o pau-brasil tinha outro nome cientifico, era conhecido como ibirapitanga. Uma adaptação da palavra tupi-guarani “ybirá”, que significa árvore e de “pintanga”, que significa vermelho. Assim que os portugueses avistaram essa espécie, chamaram de “bersil”, que tinha o significado de “brasa”. Com o passar dos anos a nomenclatura foi se adaptando.

Um parente asiático

O pau-brasil é uma árvore que possui flores amarelas, sendo que a sua principal característica é o tronco, ou melhor, o seu interior, de onde sai uma tintura avermelhada. Uma espécie parecida é encontrada na Ásia Oriental, por isso quando os portugueses fizeram essa descoberta ficaram tão encantados, porque essa árvore era ainda melhor do que a que eles conheciam.

Madeira boa para violino

Até hoje são exportadas madeiras de pau-brasil para países como Alemanha, França e Estados Unidos para a produção de violinos, que chegam a custar até US$ 10 mil. Isso começou em 1775, quando foi descoberta essa ótima serventia, mesmo ano em que foi criado o primeiro arco com a sua madeira, em Paris.

Uma data só para ele

Em 1978 o pau-brasil foi declarado patrimônio nacional por meio da Lei nº 6.707, que instituiu o dia 3 de maio como data oficial dessa espécie. Hoje ela é a única árvore protegida por lei na antiga Terra de Vera Cruz. O ipê-amarelo não teve a mesma sorte, não atingindo tal patamar na Câmara dos Deputados.

Pau-brasil dava morte

Por volta dos anos de 1700, cortar uma árvore de pau-brasil podia dar pena de morte. Ainda assim, muitas pessoas vendiam unidades da espécie, na medida de quintal, equivalente a 60 kg por 240 réis. Esse tipo de atividade acontecia principalmente no Espírito Santo. Hoje a pena é menor, mas quem cometer ter ação vai ter problemas na Justiça.

A exploração do pau-brasil

Assim que os portugueses conseguiram dominar o novo mundo, começou a exploração do pau Brasil. A extração começou em 1532, se intensificando com a passagem dos anos, até ficar difícil o controle sobre a espécie. Mesmo com a independência brasileira, o comércio da árvore continuou.

O começo da exploração

Estudiosos acreditam que haviam mais de 70 milhões de unidades do pau-brasil antes do começo da exploração. A melhor madeira ficava em Pernambuco, assim esse era o seu nome em países como França e Itália. No começo, a coroa portuguesa oferecia terras a serem exploradas a cristãos-novos. Quem ganhasse a concessão deveria instalar fortaleza nas terras, não pagaria nada no primeiro ano, um sexto da exploração no segundo e um quinto no terceiro ano.

Regras não respeitadas

As Ordenações Manuelinas e Ordenações Filipinas colocaram regras para explorar a terra, a água e a vegetação do novo território. Havia uma lista de árvores que não podiam ser exploradas, dando origem ao termo madeira de lei. Até o Regimento do Pau-Brasil, em 1600, muita árvore foi levada.

O pau-brasil foi extinto?

Após tanto tempo de exploração, em 1928 acreditava-se que a árvore estava extinta do território brasileiro. Entretanto, um estudante de Agronomia encontrou uma sobrevivente da espécie, o local onde ela estava acabou virando a Estação Ecológica da Tapacurá, cuidada pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, por lá foram plantadas 50 mil mudas da planta.

Base econômica

O pau-brasil foi o grande líder do primeiro ciclo econômico desenvolvido em terras tupiniquins. Muita gente ficou rica devido a essa exploração que durou até 1875. Em 1605, menos de um século após o começo da extração, já era falado em mediadas de prevenção para evitar a extinção da espécie.

Onde existe pau-brasil?

Esse tipo de árvore era bem popular na Mata Atlântica, começando sua incidência no extremo nordeste do país, até o Rio de Janeiro. Era comum ser encontrada nos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Isso de forma natural.

Mesmo com toda a proteção em sua volta, continua na lista do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis de espécies ameaçadas de extinção na categoria “vulnerável”, além de estar em outros rankings do tipo. O munício pernambucano de São Lourenço da Mata é considerado a capital nacional do pau-brasil.

Manifesto pau-brasil

Em 1924 o escritor Oswald de Andrade publicou no jornal “O Correio da Manhã” um texto intitulado “Manifesto Pau-Brasil”. Nele dizia que o povo brasileiro deveria criar uma cultural nacional, provocando várias discussões na época. Até hoje é considerado um marco na história brasileira.

Para que servia a tinta vermelha?

O líquido vermelho encontrado dentro do tronco do pau-brasil era ótimo para a indústria têxtil europeia. Junto com o aproveitamento da madeira para a marcenaria, o produto era quase perfeito para os portugueses. Ainda no primeiro século de exploração não havia mais árvores que dessem conta da demanda.

Fim da caça

Já com poucos exemplares, acabaram as exportações dessa espécie, mas não o perigo de extinção. Novas atividades econômicas foram desenvolvidas, como o cultivo do café e da cana-de-açúcar, além do crescimento populacional, colaborando com o desmatamento. Durante o governado de Dom Pedro II, partes da Mata Atlântica foram recuperadas, mesmo assim o salvamento era tardio para o pau-brasil.