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Caso Evandro Caetano: o mistério continua

No início da década de 1990 um menino foi brutalmente assassinado no Paraná. Sequestraram, torturaram e arrancaram o seu coração. Ele era Evandro Caetano, no auge dos seus seis anos de idade. O caso passou a ser conhecido como As Bruxas de Guaratuba.

Confira a seguir tudo o que marcou este mistério.

O caso Evandro

Em 1992 morreu no Paraná o garoto Evandro Caetano. Supostamente ele teria sido vítima de bruxaria. Mais de 25 anos depois, o julgamento das acusadas já passou por diversas reviravoltas. Até mesmo o corpo enterrado não sabe se é dele. O mistério continua na cidade.

Quem era Evandro?

Evandro Ramos Caetano nasceu em 1986 na cidade de Guaratuba (PR), local que tinha pouco mais de 20 mil habitantes na época. O menino era tranquilo e costumava brincar com os amigos. Em abril de 1992, quando ele tinha apenas seis anos de idade, desapareceu. Alguns dias depois o seu corpo foi encontrado, com suspeitas de prática de ritual satânico.

Quando aconteceu o Caso Evandro?

O corpo do garoto Evandro foi encontrado no dia 6 de abril de 1992, em um matagal na cidade de Guaratuba, no litoral do Paraná. O julgamento e as investigações correram ao longo de anos, se arrastando por quase duas décadas. Foi um caso difícil de ser julgado, pois, não existiam muitas informações. A última movimentação aconteceu em 2016.

Medo no país inteiro

O Brasil passava por um momento complicado, sendo presidido por Itamar Franco, que assumiu depois da cassação de Fernando Collor de Mello. A morte do garoto serviu para alavancar o medo das pessoas, principalmente no estado do Paraná, onde diversas outras crianças haviam desaparecido naquele período.

Quem matou Evandro?

Em julho de 1992 sete pessoas foram presas na cidade, confessando o crime e afirmando que o jovem foi utilizado em um ritual macabro. Mesmo assim, as investigações continuaram e foram longe. Nem mesmo a culpa das pessoas que haviam confessado estava devidamente confirmada e muita coisa precisava ser esclarecida.

Beatriz Cordeiro Abagge

Filha de Celina Abagge e Aldo Abagge, ex-prefeito de Guaratuba, Beatriz Cordeiro Abagge era uma mulher que morava em Curitiba e tinha dificuldades para lavar o seu rosto. Alguns a consideravam uma bruxa, que teria sido a responsável pela morte de Evandro. Ela foi acusada de magia negra pela promotoria pública do Paraná.

Evandro foi sequestrado e torturado

O Ministério Público seguiu uma linha de investigações, anotando uma lista com o nome dos suspeitos, incluindo pais de santo. A família Abagge possuía em Guaratuba uma serraria com mais de 50 funcionários, que depois foi desativada e abandonada. Três meses após o crime, policiais entraram na residência da família.

Celina e sua outra filha, Sheila, eram acusadas de terem sequestrado o jovem Evandro. O local do crime: a serraria. Seu sangue, coração e vísceras teriam sido oferecidos a Exu, uma entidade da cultura Umbanda, que possuía uma imagem perto da porta principal do local. Mais de 20 anos depois, a residência foi demolida e restaram somente os muros.

Condenação e mudança no julgamento

O primeiro julgamento de Beatriz e Celina aconteceu somente no dia 23 de março de 1998, quase seis anos depois do Caso Evandro. O julgamento durou nada menos do que 34 dias, onde elas foram consideradas inocentes. Em 1999 o júri foi anulado e em maio de 2001 o processo foi retomado. O pai de santo Osvaldo Marceneiro foi outro julgado.

Além deles, o pintor Vicente Paulo Ferreira e o artesão Davi dos Santos Soares foram condenados em 2004. Um ano depois, outros dois envolvidos acabaram sendo absolvidos: Francisco Sérgio Cristofolini e Airton Bardelli dos Santos. Tempos depois, em 2011, Beatriz foi condenada a 21 anos e 4 meses de prisão. Para fechar, em 2016 o Tribunal de Justiça do Paraná perdoou Beatriz.

Uma bruxa matou Evandro?

Beatriz chegou a cumprir pena na Penitenciária Feminina de Piraquara, no Paraná. A sua cela tinha uma janela basculante na frente da janela principal gradeada. Junto com Celina, ficaram presas entre 1992 e 1995. Por onde passavam, a basculante era soldada ou chumbada. Dessa forma era impossível abrir e fechar.

Pensavam que se a basculante pudesse ser aberta, as mulheres se transformariam numa nuvem de fumaça, praticamente invisível e conseguiriam fugir pelas grades de ferro. Imaginavam que as duas eram bruxas, assim como parte da população. Acontece que o processo em que foram envolvidas consistia em satanismo. Depois Beatriz estudou direito e sempre negou o envolvimento.

Como encontraram o corpo de Evandro?

O corpo ou suposto corpo de Evandro foi encontrado no dia 11 de abril. Só se falava disso na cidade, o assunto se tornou mais popular do que uma enchente ocorrida 24 anos antes, em 1968. Todas as pessoas queriam saber sobre a história do menino e o tal caso de bruxaria que havia tirado a sua vida. A história passou a ficar conhecida como “Bruxas de Guaratuba”.

Enterraram o corpo errado?

Até 2016, não havia certeza sobre o corpo que estava enterrado no Cemitério Central. Por diversas vezes tentaram fazer a exumação, sempre sem resultado. Essa era uma dúvida bastante comum em moradores da cidade e ainda nas autoridades de Curitiba. O Ministério Público negou todas as possibilidades, mas realizou um novo julgamento.

O garçom Wilson Henttralt, que desde pequeno é vizinho da família de Evandro disse que “esse crime paralisou a cidade e ainda hoje só se fala sobre ele”. O delegado e diretor do Departamento de Crimes contra o Patrimônio, Luiz Carlos Oliveira, garante que o corpo não é do menino: “Não é o cadáver de Evandro. Durante as investigações eu disse: pago do meu bolso as despesas de exumação. Ninguém quis me ouvir”.

As testemunhas afirmam que três exames de DNA foram realizados e dois foram inconclusivos. Já o último teste, feito com um dente de leite do garoto, constatou somente que era um de seus dentes, não sendo encontrado nenhum vínculo entre dente e corpo. Professores e peritos dizem ainda que o corpo não era de uma criança de seis anos de idade.